Em Homem de Ferro (2008), a editora Marvel dava início ao seu ambicioso projeto de seu universo aos cinemas, e depois de todo o sucesso de seus filmes, agora se inicia a fase 2, e Homem de Ferro 3 começa ela com o pé direito.
Desta vez dirigido por Shane Black, posto anteriormente de Jon Favreau (que ainda permanece no elenco). Homem de Ferro 3 é mais do que um filme sobre uma armadura mirabolante, mas, sim, sobre o homem que veste ela.
Na trama, Tony Stark precisa lidar com uma série de atentados terroristas inexplicáveis quanto a sua realização, descobrindo que tudo está arquitetado através de uma poderosa tecnologia de manipulação genética criada por Aldrich Killian (Guy Pearce), chamada de Extremis. Os recentes ataques na maratona de Boston mostram que, no mundo atual, há uma necessidade cada vez maior de se exibir vilões. Precisa de um rosto, de uma voz, precisa-se mostrar um para se mostrar atingível, e esse é Mandarim, interpretado por Ben Kingsley, um homem como Bin Laden, que comanda tudo.
Vemos Tony Stark fragilizado, traumatizado, com ataques de pânico, depois de tudo o que ocorreu na cidade de Nova York, em Os Vingadores, humanizando bem o personagem, que não é um deus ou alien, ele é apenas um gênio, bilionário, playboy e filantropo.
Shane Black, que já havia trabalhado com Downey Jr. em Beijos e Tiros, se dedica nas ágeis cenas de ação, favorecido ainda pela produção que dá impressionante dimensão as batalhas.
Falando em Robert Downey Jr, o cara dá mais uma vez um show, atuando de forma brilhante o personagem, é até difícil imaginar qualquer outro ator que possa substituí-lo, já que o ator pensa em se aposentar do personagem quando chegar aos 50, isso será em 2015, ano de Vingadores 2.
Um personagem que gostaria de comentar é o Mandarim, eu gostei dele, mas sei que muitos fãs das HQ vão ficar indignados com o rumo do personagem. Eu como não acompanho os quadrinhos, não tenho nada a reclamar, já que estou avaliando o filme, sem comparar a nada, achando o que fizeram até original.
A comédia, que foi fundamental na composição do personagem no cinema, ganha um tratamento especial nas cenas em que Downey Jr. contracena com o pequeno Ty Simpkins, sendo as mais engraçadas, as piadas funcionam bem sendo praticamente todas efetivas. Sempre quando o filme parecia que estaria ficando sério demais, ele colocavam um humor para descontrair.
Pepper Potts ganha mais importância na trama, e sua atriz Gwyneth Paltrow continua fazendo bonito (literalmente) em seu papel. James Rhodes (Don Cheadle), o Máquina de Combate, sofreu uma atualização, agora sendo Patriota de Ferro, gostei da armadura, o personagem não aparece tanto, mas é bem legal. Guy Pearce convence como vilão e vale a pena mencionar a adição de Rebecca Hall, a Maya Hansen, uma bióloga ex-namorada de Tony.
Sim, o roteiro tem falhas, alguns furos e algumas coisas difíceis de engolir, há muita coisa questionável. CUIDADO SPOILER A SEGUIR: Quando Tony cura de seu problema com os estilhaços no tórax e remove definitivamente o Reator Arc do peito, e a Pepper extremis, não agradará a todos, além do Mandarim. FIM DO SPOILER. Mas como eu já disse, gostei e me diverti muito.
As cenas de ação estão espetaculares e bem intensas, mas são menos numerosas, destacando o ataque a mansão e o resgate das pessoas do avião. Mas se destaca mesmo pela qualidade de seu texto, conferindo densidade a Stark.
Os efeitos claramente são excelentes, alias foram gastados milhões de produção, que está dando retorno, já que Homem de Ferro 3 arrecadou US$ 195,3 milhões no seu primeiro fim de semana, superando até Os Vingadores. O 3D é bom, mas não obrigatório. Uma das coisas que eu mais senti falta no filme foi o bom e velho AC/DC.
Homem de Ferro 3 é um ótimo desfecho para a trilogia, sendo pra mim o melhor deles, um pouco acima do primeiro, sei que muitos vão discordar, mas achei um dos melhores da Marvel.
PS: Não se esqueça da cena após creditos, mesmo que seja apenas uma piada.
Nota: 9
